Criticado em junho por ter planejado a reabertura de zoológicos e bares, mas não a de escolas, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, excluiu os estudantes das restrições impostas a partes do país em razão do novo avanço da covid-19. Desta vez, os pubs não foram poupados.
As novas diretrizes serão debatidas e votadas nesta terça-feira (13) no Parlamento e devem entrar em vigor na quarta (14). Johnson anunciou ainda a liberação de um novo pacote financeiro no valor de 1 bilhão de libras (R$ 7,2 bilhões) para apoiar as áreas mais afetadas pelo avanço da doença.
O sistema adotado pelo governo britânico tem três níveis de alerta — médio, alto e muito alto — e inclui medidas como o fechamento de bares, academias, cassinos e casas de apostas em algumas áreas colocadas no nível de alerta "muito alto". A ideia, segundo o premiê, era simplificar e padronizar as regras.
— Não é assim que queremos viver nossas vidas, mas este é o caminho que temos de trilhar, entre o trauma social e econômico de um bloqueio total e o enorme custo humano e econômico de uma epidemia fora de controle.
Pressionado pelo rápido aumento no número de novos casos, Johnson vem evitando paralisar a economia do país. Na segunda-feira (12), ele afirmou que, no momento, existem mais pessoas hospitalizadas no Reino Unido do que quando o país entrou em lockdown, em março, mas ele descartou a possibilidade de medidas mais extremas.
— Eu não acho que devemos ter mais um lockdown completo — afirmou.
De acordo com o primeiro-ministro, o governo busca alcançar o máximo de consenso possível sobre os pontos mais duros das medidas. Por isso, ele trabalhará com as autoridades locais para analisar medidas adicionais que possam ser tomadas.
— Isso pode levar a mais restrições nos setores de hospedagem, lazer, entretenimento ou cuidados pessoais. Mas o comércio de varejo, escolas e universidades permanecerão abertos.
Neste momento, as áreas mais afetadas estão no norte do Reino Unido, em cidades como Liverpool — a área mais atingida do país. O modelo anunciado em Londres não afetará Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que, com competências autônomas em matéria de saúde, definem suas próprias políticas contra covid-19.