Os Estados Unidos vão produzir vacinas para a covid-19 suficientes para todos os seus cidadãos até abril, anunciou o presidente Donald Trump.
— Teremos produzido pelo menos 100 milhões de doses de vacinas antes do final do ano. E provavelmente muito mais do que isso. Centenas de milhões de doses estarão disponíveis a cada mês e esperamos ter vacinas suficientes para todos os americanos até abril — disse Trump na sexta-feira (18) na Casa Branca.
O presidente reiterou seu otimismo com os ensaios clínicos americanos de possíveis vacinas, realizados pelas empresas Moderna e Pfizer, que podem começar a dar seus resultados em outubro.
A data de disponibilização da vacina americana é um dos grandes temas da campanha para as eleições presidenciais de 3 de novembro. O candidato democrata Joe Biden, que lidera as pesquisas, disse não confiar nas promessas de Trump sobre o assunto e criticou a politização da crise de saúde.
Além disso, os planos de Trump podem colidir com o tempo do processo científico para validar a eficácia e segurança de vacinas futuras. De acordo com uma pesquisa realizada esta semana pelo Instituto Pew, metade dos americanos se recusaria a se vacinar se isso fosse possível hoje.
Com mais de 197 mil mortes, os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, à frente do Brasil (134.935 mortes) e da Índia (84.372 mortes). Esses três países também respondem por metade dos pacientes contabilizados no mundo.
No total, a covid-19 já tirou mais de 946.000 vidas em todo o mundo e causou 30 milhões de infecções.
Um outono complicado na Europa
Na Europa, países como Espanha, França, Alemanha ou Reino Unido veem seus números de infecções, hospitalizações e mortes aumentarem a cada dia. O outono está chegando, as aulas foram retomadas e a ameaça de uma segunda onda, novos confinamentos e mais mortes parecem estar tomando forma.
Para evitar isso, vários países estão impondo medidas para reduzir a disseminação da covid-19. Oprimida pelo aumento das infecções, a região de Madri anunciou na sexta-feira (18) uma severa restrição de movimento que afeta cerca de 850 mil habitantes, para impedir o rápido avanço da "segunda onda".
Os moradores das áreas afetadas, que representam 13% da população e 25% das infecções, só poderão sair de seus bairros para "questões essenciais" como trabalhar, ir ao médico ou levar os filhos à escola.
Em Londres, o governo de Boris Johnson advertiu que poderia impor novamente um bloqueio em toda a Inglaterra para conter a pandemia do coronavírus.
Por enquanto, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou que os espetaculares fogos de artifício com os quais a cidade tradicionalmente comemora o Ano Novo não serão lançados no dia 31 de dezembro devido à pandemia. O Reino Unido é o país da Europa mais afetado pela pandemia, com mais de 41.700 mortes confirmadas por covid-19.
Neste sábado (19), a Alemanha registrou o maior número diário de novos casos de coronavírus desde abril, com 2.297 novas infecções, segundo o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch.
No total, a pandemia de covid-19 provocou 270.070 casos e 9.384 mortes no país até agora, seis delas nas últimas 24 horas. Na Renânia do Norte-Vestfália, a região mais populosa e uma das mais afetadas por esses surtos, uma festa de carnaval foi cancelada por medo de novas infecções.
Na França, o número de mortes por covid-19 dobrou na última semana, período em que também aumentaram os casos entre idosos e os surtos registrados no país, alertaram as autoridades francesas na sexta-feira.
"Pela primeira vez desde o fim do confinamento [no final de maio], vemos um aumento nas mortes por covid-19", com uma duplicação do número de óbitos em uma semana (265 mortes em comparação com 129 na semana passada), destacou a agência de saúde francesa.
Argentina prolonga isolamento
Na América Latina e no Caribe, o coronavírus já provocou mais de 318.000 mortes e 8,5 milhões de infecções.
O governo argentino decidiu estender as medidas de isolamento social até o próximo dia 11 de outubro, embora com uma abertura progressiva na área metropolitana de Buenos Aires onde o número de casos se estabilizou.
A Guatemala reabriu na sexta-feira todas as suas fronteiras, fechadas desde março para conter a pandemia que atingiu o país com mais de 84.300 casos e 3 mil mortes.
Em El Salvador, a Suprema Corte de Justiça ratificou a ilegalidade da medida governamental que visava impedir a entrada no país de salvadorenhos e estrangeiros residentes que não apresentassem teste negativo para covid-19.