O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na segunda-feira (14) que qualquer ataque do Irã receberá uma resposta "mil vezes maior", após a divulgação de informações segundo as quais Teerã estaria planejando vingar a morte do general Qasem Soleimani.
De acordo com o site Politico, que cita fontes do governo norte-americano sob a condição de anonimato, os serviços de inteligência suspeitam de um complô iraniano para matar a embaixadora norte-americana na África do Sul antes das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.
"De acordo com informações da imprensa, o Irã poderia estar planejando um assassinato, ou outro ataque, contra os Estados Unidos em vingança pela morte do líder terrorista Soleimani", tuitou Trump. "Qualquer ataque do Irã, de qualquer forma, contra os Estados Unidos será respondido com um ataque ao Irã que será mil vezes maior em magnitude", completou.
As relações entre Washington e Teerã são tensas há muitos anos e ficaram ainda piores desde que Trump anunciou a saída unilateral, em maio de 2018, dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional com o Irã.
Em janeiro, um ataque com um drone americano matou Soleimani em Bagdá e agora Washington pressiona para prorrogar um embargo de armas a Teerã que começa a expirar de forma progressiva em outubro, ao mesmo tempo que defende a retomada das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a República Islâmica.
Irã nega complô
A ameaça contra a embaixadora Lana Marks, uma pessoa próxima a Trump, se tornou mais precisa nas últimas semanas, segundo as fontes do Politico. O secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a comentar diretamente a ameaça, mas afirmou que leva a sério as informações.
— A República Islâmica do Irã está envolvida em esforços de assassinato ao redor do mundo. Assassinaram pessoas na Europa e em outras partes do mundo. Levamos as observações a sério. Deixamos muito claro à República Islâmica do Irã que este tipo de atividade, de atacar qualquer americano a qualquer momento e em qualquer lugar, seja um diplomata, um embaixador ou um dos membros do nosso serviço, é completamente inaceitável — disse Pompeo ao canal Fox News.
Um porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores afirmou que as informações são "falsas e sem fundamentos".
— São parte de métodos reiterados e podres para criar uma atmosfera anti-Irã no cenário internacional — disse.
A Marinha iraniana afirmou na semana passada que um avião de patrulha e dois drones norte-americanos se aproximaram de uma zona onde aconteciam exercícios militares perto do Estreito de Ormuz, uma área estratégica para o comércio mundial de petróleo e centro de tensões entre os dois inimigos. As aeronaves abandonaram a região pouco depois.
Em junho do ano passado, um drone americano RQ-4 foi derrubado pelo Irã depois que supostamente violou o espaço aéreo iraniano, o que foi negado por Washington.