A China denunciou, nesta quinta-feira (10), "perseguição política" depois que os Estados Unidos cancelaram os vistos para mais de mil estudantes e pesquisadores chineses identificados por Washington como suspeitos de espionagem.
— Trata-se de uma perseguição política e de uma discriminação racial pura e simples — disse a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, acrescentando que a China "se reserva o direito" de responder.
Pequim pediu aos Estados Unidos que "parem imediatamente de usar todo o tipo de pretexto" para limitar o número de seus alunos nos Estados Unidos. Cerca de 370 mil chineses estudam no país norte-americano. Esse é, de longe, o mais numeroso grupo de estrangeiros nas universidades americanas.
"Continuamos recebendo estudantes e pesquisadores chineses legítimos que não contribuem para os objetivos de dominação militar do Partido Comunista Chinês", justificou o Departamento de Estado americano.
Na quarta-feira (9), Washington informou que mais de mil vistos chineses foram revogados desde 1º de junho, em um contexto de crescentes tensões bilaterais.
As relações entre os dois países se degradaram, entre outros motivos, por causa da questão comercial, Hong Kong, direitos humanos, rivalidade tecnológica e acusações de espionagem, assim como o tratamento dado pela China à minoria uigur.