O presidente da Croácia, Zoran Milanovic, compareceu pela primeira vez, nesta terça-feira (25), à cerimônia em memória de seis vítimas civis sérvias da guerra de independência croata (1991-1995), assassinadas na vila de Grubori.
Este novo gesto de reconciliação faz parte dos esforços conjuntos para melhorar as relações entre croatas e sérvios, que continuam delicadas 25 anos após o conflito.
No início de agosto, um alto responsável da minoria sérvia se uniu à celebração do 25o aniversário do fim da guerra de independência na Croácia.
Boris Milosevic, vice-primeiro-ministro do governo croata, compareceu à celebração da operação "Tempestade", considerada na Croácia uma vitória histórica que encerrou o conflito entre as forças croatas e os separatistas sérvios.
Já na Sérvia, que apoiou politicamente e militarmente os sérvios da Croácia, a operação é vista como uma ação de limpeza étnica que obrigou a população sérvia da Croácia a fugir.
Em Grubori, em 25 de agosto de 1995, seis civis foram assassinados algumas semanas depois da operação.
"Devemos esta homenagem ao que aconteceu aqui há 25 anos e que para mim, pessoalmente, foi um horror moral", declarou Zoran Milanovic, que acrescentou que "sérvios e croatas são os dois povos mais semelhantes da Europa".
Uma unidade das forças especiais anti-terroristas cometeu o crime de guerra em Grubori mas, diante da falta de provas, nenhum responsável individual foi condenado.
Ainda hoje, vários sérvios denunciam o julgamento que há dez anos absolveu dois oficiais, enquanto um terceiro se suicidou.
O tribunal falhou em "estabelecer quem era culpado pelo crime", afirmou Milorad Pupovac, um dos líderes da minoria sérvia na Croácia.
Os civis "morreram enquanto cuidavam de seus rebanhos, de suas hortas ou enquanto estavam imobilizados em suas cadeiras de rodas. Foram assassinados com as mãos para o alto", ressaltou.
Os sérvios representam cerca de 4,5% dos 4,2 milhões de habitantes da Croácia.
* AFP