Depois de uma denúncia feita pelo pai de Jacob Blake de que o filho estava algemado ao leito do hospital, a polícia de Kenosha, no Wisconsin, Estados Unidos, disse que ele estava sob custódia por conta de mandados de prisão anteriores. As autoridades alegaram, ainda, que as algemas eram parte da medida. O advogado da vítima informou à imprensa americana neste sábado (29) que os mandados foram cancelados e que os oficiais que protegiam Blake não estavam mais na unidade de saúde. As informações são de O Globo.
Na sexta-feira (28), o pai — que tem o mesmo nome de Jacob Blake — contou à CNN que conversou com o filho no hospital, na quarta-feira (26), mas que não conseguiram falar muito por causa dos efeitos dos medicamentos que ele está tomando e das dores que sente.
— Meu filho está lutando pela vida — disse o pai.
Conforme autoridades, a polícia prendeu Blake na tarde de domingo passado, após os disparos. Na quarta-feira (26), o Departamento de Justiça de Wisconsin afirmou que ele tinha uma faca no carro, mas não disse se ele a teria usado contra o policial que atirou. A família afirma que Blake tinha ido ao local apartar uma briga doméstica.
Blake, que é negro, está paralisado da cintura para baixo após ser baleado sete vezes por um policial branco, diante dos filhos, enquanto tentava entrar em seu próprio carro no ultimo domingo.
O incidente, registrado por filmagens de celulares e que viralizou nas rede sociais, foi o estopim para uma onda de protestos antirracistas na cidade de Kenosha, com efeitos no resto do país. Na terça-feira (25), dois manifestantes morreram atingidos por um adolescente branco de 17 anos armado.
Os EUA vivem as maiores manifestações relacionadas à raça em décadas, após seguidos episódios de violência policial contra homens negros desarmados. Os protestos se intensificaram após a morte de George Floyd, asfixiado por um agente branco em 25 de maio, em Minneapolis, Minnesota. Na sexta-feira (28), milhares de pessoas se manifestaram em Washington no aniversário do discurso "Eu tenho um sonho", de Martin Luther King. O protesto teve como título "Marcha do compromisso: tirem o joelho de nossos pescoços".