A Austrália está "aberta" à ideia de transferir o cidadão condenado na Nova Zelândia a seu país natal, para cumprir a sentença. A informação foi anunciada pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.
O supremacista branco Brenton Tarrant foi condenado na quinta-feira (27) à prisão perpétua pelo assassinato de 51 fiéis muçulmanos em 2019 em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia. Pouco depois da condenação, o vice-primeiro-ministro neozelandês, Winston Peters, afirmou que Tarrant, de 29 anos, deveria ser transferido a uma prisão australiana.
— A comunidade muçulmana e toda Nova Zelândia já sofreram o suficiente para ter que pagar quantias astronômicas para que permaneça seguro em nosso sistema penitenciário — disse Peters.
O primeiro-ministro australiano afirmou que não recebeu nenhum pedido a respeito de uma possível transferência do criminoso, mas disse que está disposto a conversar sobre o tema com a colega neozelandesa, Jacinda Ardern.
— Que permaneça detido na Austrália ou na Nova Zelândia, estamos abertos a discutir. A primeira-ministra da Nova Zelândia e eu vamos conversar sobre isto e uma possível decisão levará em consideração, de modo prioritário, os desejos dos sobreviventes e das famílias das vítimas — declarou ao canal Seven News.
Tarrant, um ex-treinador em uma academia na zona rural da Austrália, se mudou em 2017 para a Nova Zelândia, onde planejou um ataque à comunidade muçulmana.
De acordo com documentos do governo, a prisão de Tarrant representará um gasto de 4,9 mil dólares neozelandeses (2.756 euros, US$ 3.240) por dia, contra os 302 dólares neozelandeses por um detento comum.
Os documentos afirmam que o assassino é "suscetível de apresentar um risco sem precedentes" para a Nova Zelândia.