O principal tribunal da Jordânia decidiu dissolver o braço local da Irmandade Muçulmana porque a organização não mudou seu status jurídico para atender a lei jordaniana.
"A Corte de Cassação tomou na quarta-feira a decisão definitiva sobre a dissolução do grupo Irmandade Muçulmana, que perde desta forma seu status jurídico, que não foi retificado de acordo com os critérios da lei de 2014 sobre os partidos políticos e associações", afirmou uma fonte oficial, que pediu anonimato.
A Irmandade Muçulmana é uma organização integrista criada no Egito há quase um século e que tem ramificações políticas e sociais.
No Egito é considerada atualmente um grupo "terrorista" e o movimento foi proibido em outros países.
Na Jordânia, o braço político da Irmandade Muçulmana era tolerado há várias décadas, mas as autoridades consideram que a associação é ilegal por não ter sido renovada de acordo com a lei em 2014.
Em março de 2015, o governo jordaniano aprovou a fundação da Associação da Irmandade Muçulmana por dissidentes do grupo.
Em abril de 2016, as autoridades fecharam as sete sedes do movimento e as transferiram para a nova associação.
A Irmandade Muçulmana acusou o governo de tentar enfraquecer o movimento e apresentou uma ação à justiça.
As relações entre o governo jordaniano e a Irmandade Muçulmana pioraram desde 2011, durante a Primavera Árabe, quando o movimento organizou manifestações nas ruas.
Hamza Mansour, líder da Frente de Ação Islâmica (FAI), braço político da Irmandade Muçulmana na Jordânia, afirmou que a decisão da justiça pode ser objeto de recurso.
"A Irmandade sempre apoiou a nação e é um modelo de moderação, além de um importante elemento que reforça a unidade nacional. Dissolvê-la não ajuda o interesse nacional", declarou Mansour à AFP.
Nas eleições legislativas de 2016, a FAI conquistou 16 cadeiras de 130 no Parlamento.
* AFP