A pandemia e as manifestações nos Estados Unidos após a morte de um homem negro asfixiado por um policial branco destacam "as discriminações raciais endêmicas". A declaração foi feita nesta terça-feira (2), pela Alta Comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
— Este vírus mostra as desigualdades endêmicas que foram ignoradas por muito tempo. Nos Estados Unidos, as manifestações (...) destacam não apenas a violência policial contra os negros, mas também as desigualdades no âmbito da saúde, educação e emprego e também a discriminação racial endêmica — afirmou Bachelet em um comunicado.
Uma semana depois da morte de George Floyd, de 46 anos, pelas mãos do policial que o imobilizou contra o chão após prendê-lo na cidade de Minneapolis, os protestos se espalharam por todo o país e desde domingo (31) geraram distúrbios generalizados e saques.
O presidente Donald Trump vive a crise mais grave de seu mandato diante dos milhares de manifestantes que protestam contra a brutalidade policial, o racismo e a desigualdade social, que a pandemia de coronavírus colocou ainda mais em evidência.
— As estatísticas mostram um impacto devastador da covid-19 nas populações de origem africana, assim como nas minorias étnicas de certos países como Brasil, França, Reino Unido e Estados Unidos — acrescentou Bachelet.
Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade das pessoas com resultado positivo para covid-19 é duas vezes maior entre os afro-americanos do que em outras comunidades, de acordo com a ex-presidente chilena.