Organizações representantes de emissoras de rádio, editores e jornalistas pediram à Comissão Europeia, nesta segunda-feira (15), "medidas mais fortes" frente às plataformas da internet (como Google e Facebook) para lutar contra a desinformação.
Assinada pela Federação Europeia de Jornalistas, pelo Conselho Europeu de Editores e pela Associação de Televisões Comerciais Europeias (ACT), entre outros, essa declaração conjunta foi publicada após a apresentação por parte da Comissão Europeia, na quarta-feira (10), de novas medidas contra a desinformação ocorrida durante a pandemia de coronavírus.
Os signatários se mostraram alarmados com o aumento da desinformação on-line durante a pandemia, que teve "um impacto devastador nos esforços de saúde pública".
Eles consideram que o "código de boas práticas" europeu, assinado em 2018 pelas plataformas de internet, "mostrou-se inadequado para lidar com a fonte e com os fatores de desinformação propagados on-line".
"É urgente poder dispor de instrumentos eficazes para avaliar melhor e tratar o problema com sucesso", dizem eles, acrescentando que "a Europa depende muito da boa vontade dos atores sistêmicos".
Entre as medidas mais rigorosas reivindicadas está "um regime de sanções" para garantir que "os signatários do código de boas práticas sejam incentivados a agir". Elas devem estimular os meios de comunicação, em vez de penalizá-los, ou seja, "garantir a liberdade jornalística, os direitos fundamentais e a liberdade editorial". Eles pedem ainda que o diálogo com as plataformas seja feito de maneira mais estruturada.
Na semana passada, a União Europeia pediu aos gigantes da rede que façam mais para combater a "enorme onda de desinformação" causada pela pandemia, publicando um relatório mensal sobre as ações tomadas. Esses relatórios abordarão o tipo de desinformação, a dimensão da rede envolvida, sua origem geopolítica e o público-alvo, afirmou a vice-presidente da Comissão responsável por Valores e Transparência, Vera Jourova.