O banco central americano, o Federal Reserve (Fed), indicou nesta quarta-feira (10) que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos (EUA) irá cair 6,5% este ano em relação à 2019 devido à pandemia, mas sua economia deve crescer 5% em 2021. Além disso, a instituição financeira também manteve suas taxas de juros de referência em uma faixa de 0 a 0,25%.
A agência afirmou que manterá as taxas baixas e "atuará" com todas as suas ferramentas até que a economia deixe a crise para trás. De acordo com o Fed, a taxa de desemprego deve ficar em 9,3% em 2020 e 6,5% em 2021.
Nas projeções anteriores de dezembro, a instituição financeira esperava um crescimento de 2% neste ano e de 1,9% no ano que vem. Antes da pandemia, a maior economia do mundo — que recebeu uma série de estímulos fiscais em 2018 — havia desacelerado, mas continuava a crescer a uma taxa sustentada em comparação com outros países industrializados.
"A atual crise sanitária pesará muito sobre a atividade econômica, o emprego e a inflação no curto prazo, e trará riscos consideráveis para as perspectivas econômicas de médio prazo", afirmou o Fed em comunicado divulgado após dois dias de reunião de seu Comitê de Política Monetária.
Juros permanecem em zero
O Fed manteve as taxas esperadas pelo mercado na faixa de zero a 0,25% desde março, quando o país iniciou medidas de confinamento para enfrentar a pandemia, com a consequente desaceleração da atividade econômica. Desde o início da crise, que deixa mais de 112 mil mortos nos Estados Unidos, a instituição financeira implementou uma série de medidas, algumas inéditas, para canalizar a situação.
"A epidemia de coronavírus causa enormes dificuldades humanas e econômicas para os Estados Unidos e o mundo. O vírus e as medidas tomadas para proteger a saúde pública levaram a uma queda acentuada na atividade econômica e um aumento acentuado na destruição de empregos", acrescentou o Fed em sua declaração.
Em fevereiro, os Estados Unidos tiveram uma taxa de desemprego historicamente baixa, de 3,5%. Mas desde que a crise começou, cerca de 43 milhões de pessoas solicitaram subsídios de desemprego. Nesse mesmo mês, o país entrou em recessão após 128 meses de expansão, de acordo com o Departamento Nacional de Pesquisas Econômicas, órgão que determina quando a economia americana entrará em recessão.
Otimismo oficial
Enquanto as empresas começam a reabrir, expressões otimistas emergem do governo.
— A economia dos Estados Unidos começou a ser retomada e nossa recuperação está em andamento — disse o secretário do Tesouro Steven Mnuchin a um comitê do Senado nesta quarta-feira.
Mnuchin disse que, de acordo com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, 79% das pequenas empresas já reabriram e metade delas ainda está fechada, planejando retornar aos negócios em breve. O secretário do Tesouro atribuiu muitos desses resultados ao auxílio de US$ 2,2 trilhões aprovado pelo Congresso. Esses fundos foram usados para empréstimos e garantias para as empresas apoiarem seus funcionários e também para ajudar em dinheiro as famílias americanas.
Mnuchin reiterou que acredita que a magnitude da crise econômica exigirá um novo plano de ajuda ao Congresso. O presidente do Fed, Jerome Powell, também destacou que são necessários estímulos adicionais.