A China acusou os Estados Unidos de calúnia, nesta quinta-feira (14), depois que Washington denunciou Pequim por espionar suas pesquisas sobre uma vacina secreta contra a covid-19.
Na quarta-feira (13), a Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) acusou hackers, pesquisadores e estudantes próximos ao governo chinês de roubar informações de institutos universitários e laboratórios públicos em benefício de Pequim.
"As tentativas da China de atacar esses setores representam uma grave ameaça para a resposta de nosso país à covid-19", afirmou o FBI em um comunicado oficial junto à Agência Nacional de Segurança Cibernética.
Nesta quinta, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijan, respondeu que "a China expressa seu desgosto e sua firme oposição a tais calúnias".
— A julgar pelo seu histórico, os Estados Unidos realizaram as maiores operações de roubo da internet numa escala mundial — acrescentou Zhao em coletiva de imprensa.
Desde o início da epidemia de coronavírus, várias empresas farmacêuticas chinesas passaram a desenvolver uma vacina. Pelo menos três delas já iniciaram testes clínicos em humanos.
— A China está na vanguarda da investigação sobre vacinas e tratamentos para a covid-19. Portanto, possui mais motivos do que qualquer um para suspeitar do roubo de informações na internet — enfatizou Zhao.
Há semanas, o presidente americano, Donald Trump, acusa as autoridades chinesas de terem ocultado a amplitude da epidemia, surgida no final de 2019 na cidade de Wuhan (centro da China) e, por isso, facilitado sua propagação. Pequim nega a acusação e afirma que transmitiu o mais rápido possível todas as informações à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a outros países, entre eles os Estados Unidos.