As autoridades moçambicanas atribuíram pela primeira vez os ataques no norte do país aos extremistas do Estado Islâmico (EI), alguns insurgentes, em atividade há mais de dois anos, que recentemente ampliaram as ofensivas, segundo um comunicado oficial.
O governo dificilmente se comunica sobre os ataques no norte do país, que muitas vezes atribui a "criminosos ou menores".
Mas o Conselho Nacional de Defesa e Segurança - formado, entre outros, pelos ministros da Defesa e do Interior, e cujo papel é assessorar o presidente, Filipe Nyusi - primeiro atribuiu essas operações ao EI.
No comunicado, da última quinta-feira, o conselho afirma ter "analisado os ataques na província de Cabo Delgado (norte) e concluiu que o fato de terem sido reivindicados pelo Estado Islâmico mostra que precisamos enfrentar agressões externas vindas de (grupos) terroristas".
Essas declarações ocorrem alguns dias depois de que a polícia anunciou o "massacre" de 52 civis, no início de abril, em uma localidade no norte do país.
Segundo a polícia, o assassinato desses jovens ocorreu quando eles se recusaram a participar do grupo islâmico. Desde outubro de 2017, os insurgentes estão em operação em toda a província de Cabo Delgado, de maioria muçulmana.
Os ataques extremistas mataram ao menos 900 pessoas em Moçambique, segundo a Acled, uma ONG especializada em conflitos armados, além do deslocamento de mais de 150.000 pessoas, segundo as autoridades.
Há alguns meses, os ataques foram reivindicados por um braço regional do EI. Os insurgentes anunciaram recentemente que desejam impor a lei islâmica na região.
* AFP