O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou nesta terça-feira (14) a decisão do governo de prorrogar até 3 de maio as medidas de confinamento geral no país, com o objetivo de conter a pandemia de coronavírus.
O confinamento estrito de três semanas, em vigor desde 25 de março, deveria acabar à meia-noite desta terça-feira no segundo país mais populoso do planeta. Inicialmente a medida foi declarada por três semanas, mas diante da aceleração do número de casos de covid-19 em toda a Índia, vários Estados haviam solicitado ao governo central uma extensão da medida.
— Do ponto de vista econômico, pagamos um preço elevado. Mas as vidas do povo indiano são muito mais valiosas — disse Modi.
A Índia registra 10.363 casos confirmados e 339 mortes provocadas pela pandemia, de acordo com o balanço oficial divulgado nesta terça-feira. Os números são provavelmente inferiores aos reais, levando em consideração o número reduzido de testes no país.
O chefe de Governo elogiou o fato de o país ter decretado o confinamento, apesar do número relativamente pequeno de casos em seu território. Se não tivesse tomado esta decisão, "a situação da Índia teria sido diferente".
—A experiência dos últimos dias deixa claro que o caminho que escolhemos é o correto — declarou.
A paralisação das atividades representa um golpe muito duro para os indianos mais pobres, que vivem com o que ganham a cada dia. Milhões de trabalhadores temporários ficaram sem renda e precisaram retornar a pé para suas cidades, em alguns casos em viagens de centenas de quilômetros.
Sem recursos, muitos indianos dependem da distribuição de alimentos, por parte do governo ou de organizações de caridade, para sobreviver. O governo deve anunciar na quarta-feira (15) novas regras de funcionamento para setores essenciais como indústria e agricultura.