Um empresário espanhol, de Santiago de Compostela, foi detido pela Polícia Autônoma de Galiza por suspeita de roubar 2 milhões de máscaras e outros equipamentos médicos de proteção, avaliados em cerca de 5 milhões de euros. A polícia acredita que o material tenha sido vendido em Portugal, por isso, autoridades portuguesas também foram acionadas para a identificação dos receptadores. As informações são dos jornais Diário de Notícias e El País.
De acordo com a polícia, os equipamentos foram roubados de um armazém industrial de uma empresa de produtos de saúde, em fevereiro. Atualmente, a empresa está falida e os agentes precisaram de autorização do administrador para entrar no local, onde verificaram que a mercadoria havia sido roubada.
A operação aconteceu nesta segunda-feira (6) em Santiago de Compostela. Segundo Alfonso Rueda, vice-presidente do governo da Galícia, a ação iniciou depois que as autoridades tomaram conhecimento de que poderia haver "um grande número de máscaras FFP2, luvas cirúrgicas, uniformes médicos, armários de medicamentos e álcool no pavilhão industrial".
Os agentes também acreditam que os autores do roubo estavam "totalmente cientes" de que carregavam um material fundamental, valioso e necessário para o combate do coronavírus, e que queriam aproveitar a escassez dos suprimentos médicos causada pela pandemia para vendê-los.
— Foram roubados os materiais mais procurados hoje e deixados outros que não são tão procurados, como botas ou kits de primeiros socorros — disse Rueda.
O governo galego também apontou que o material roubado foi retirado das caixas e dos plásticos de proteção com o objetivo de ocultar a origem. A polícia utilizou imagens gravadas por câmeras de segurança e depoimentos de diferentes testemunhas durante a investigação, que apontou que o empresário havia sido visto nas proximidades do local e que "supostamente havia se reunido recentemente com cidadãos portugueses".
Alfonso Rueda também informou que a hipótese mais provável "é que, depois de roubar o equipamento médico, este foi vendido para uma empresa sediada em Portugal". O detido foi encaminhado a uma audiência de custódia no sábado (4) e foi libertado sob investigação pelo crime. As investigações continuam a fim de localizar possíveis colaboradores e receptores do material.
A Espanha teve 135.032 casos confirmados de coronavírus até esta segunda-feira (6). É também o segundo país com mais mortes pela doença, com 13.169 óbitos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.