Os EUA registraram nesta segunda-feira (30) mais de 153 mil casos confirmados de coronavírus no país, o que representa pelo menos 20% dos diagnósticos em todo o mundo, neste momento.
Segundo dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins, o total de casos no globo chegou a 755.591 na hora em que os EUA registravam 153.246 diagnósticos, com pelo menos 2 mil e 500 mortes. O número – que tem sido alterado rapidamente – supera a Itália, que já foi considerada o epicentro do novo vírus, e hoje tem 101,7 mil casos e 11,5 mil mortes; a Espanha, que registra 85,1 mil casos e 7,3 mil mortes; e a China, com 82,1 mil casos e 3,1 mil mortes.
Nos EUA, o ritmo de crescimento dos casos confirmados começou a acelerar de forma vertiginosa no meio de março. De acordo com especialistas, a demora no processo dos testes para detectar o coronavírus deu a falsa impressão de que o perigo ainda não havia chegado ao país e deixou por muito tempo autoridades e população desarmadas, enquanto a transmissão se dava em marcha invisível e exponencial. A confirmação do primeiro paciente com diagnóstico de coronavírus nos EUA foi em 21 de janeiro.
O presidente Donald Trump, que inicialmente minimizava a gravidade da pandemia, declarou estado de emergência nacional após 52 dias, em 13 de março. Menos de duas semanas depois, o país registrava 83.012 casos e 1.301 mortes, superando China e Itália e tornando-se o epicentro do vírus.
Nesta segunda-feira, o rompimento da marca dos 150 mil casos mostrou que os EUA ainda não conseguiram frear a curva do vírus, e a expectativa do governo americano, assim como a de especialistas, é de que o pior cenário ainda está por vir.
Estados como Nova York, Nova Jersey e Califórnia – e seus municípios mais populosos – lideram a lista dos principais focos do novo vírus no país, e adotaram medidas severas para manter as pessoas em casa. Quase metade dos 2,5 mil mortos no país, por exemplo, está em Nova York. Mas outros Estados e cidades como Boston, Nova Orleans e Detroit têm experimentado uma explosão mais recente de casos, justamente pelo hiato de tempo sem medidas restritivas.
Segundo levantamento da Kaiser Family Foundation, 44 Estados americanos limitaram atividades de bares e restaurantes e 46 fecharam escolas, mas só 19 estão com a ordem de manter os cidadãos em casa.
Com medo de que a paralisia econômica atrapalhe sua campanha à reeleição, Trump quer que o país volte o quanto antes à normalidade, mas viu seu desejo bloqueado pelas recomendações dos principais organismos de saúde em todo o mundo. Pressionado, o presidente americano resolveu seguir as recomendações médicas nas suas medidas de governo e anunciou neste domingo (29) que as orientações de distanciamento social no país foram estendidas até pelo menos 30 de abril.