Em Nova York, epicentro do coronavírus nos Estados Unidos, os novos casos estão dobrando a cada três dias, em maior quantidade e mais rápido do que o previsto e alcançando "números astronômicos", alertou nesta terça-feira (24) o governador do Estado, Andrew Cuomo.
— A taxa de novas infecções está dobrando a cada três dias, aproximadamente. Este é um aumento dramático — afirmou Cuomo, em sua coletiva de imprensa diária sobre o vírus, que já infectou mais de 25 mil pessoas e provocou pelo menos 157 mortes no Estado.
O governador estimou que o Estado chegará ao ápice da crise mais rápido do que o previsto, em 14 a 21 dias, tornando necessário conseguir, assim que possível, mais leitos de hospital, máscaras, respiradores e equipe médica. O Estado de Nova York conta com 53 mil leitos de hospital.
— Projetamos o ápice em 110 mil leitos hospitalares. As novas projeções sugerem que serão necessários 140 mil. Não achatamos a curva, e a curva na verdade está crescendo, apesar de todas as medidas tomadas para isolar a população — disse.
Para Cuomo, o mais importante agora é conseguir respiradores. Os hospitais do Estado contam com 4 mil unidades. O governador garante que conseguiu cerca de 7 mil equipamentos caros deste tipo, que custam aproximadamente US$ 25 mil, mas disse que serão necessários pelo menos mais 30 mil.
O governador pediu ao governo federal que envie a Nova York os 20 mil respiradores que tem em estoque, porque se trata do epicentro da crise.
— Entreguem os respiradores a Nova York. Como podemos estar em uma situação em que nova-iorquinos estão possivelmente morrendo porque não há um respirador, mas uma agência federal diz "vou deixar os respiradores em estoque"? Precisamos de ajuda federal e precisamos agora — alertou.
O governador afirmou que os hospitais devem aumentar sua capacidade em 50%, embora o objetivo seja tentar aumentá-la em 100%.
Nova York é o Estado americano que realizou mais testes do vírus, e Cuomo disse que a região começou a experimentar novos medicamentos para combatê-lo nesta terça-feira, como a hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina, mencionado com otimismo pelo presidente Donald Trump.
Os hospitais de Nova York também experimentarão com a extração de plasma de pacientes infectados, que já possuem os anticorpos, e transferi-lo para uma pessoa que luta contra o vírus, destacou o governador.
Um novo teste também está sendo explorado para detectar anticorpos contra o coronavírus em pessoas que o contraíram — às vezes sem se dar conta, ou confundindo-o com uma gripe — mas já não estão mais doentes.
Os anticorpos dão imunidade a eles por "uma quantidade significativa de tempo", segundo a maioria dos especialistas, e essas pessoas poderiam voltar ao trabalho no setor privado.