O sultão Qaboos bin Said, de Omã, um dos governantes mais antigos do Oriente Médio, morreu na sexta-feira (10). A agência de notícias estatal ONA não divulgou a causa da morte, mas Qaboos, 79 anos, estava doente há anos e passou uma semana na Bélgica em tratamento médico no início de dezembro.
O alto conselho militar do Estado do Golfo convocou a família a se reunir para escolher um sucessor. Como Qaboos não teve filhos e não indicou publicamente um sucessor, seu primo Haitham bin Tariq foi escolhido pela família do governante para ocupar o cargo.
Três dias de luto oficial foram declarados, com bandeiras erguidas a meio mastro por 40 dias para Qaboos, que governava desde que assumiu um golpe sem sangue em 1970, com a ajuda do antigo poder colonial britânico.
Ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush disse em comunicado que Qaboos foi uma força estável no Oriente Médio. O governante de Dubai, Sheik Mohammed bin Rashid al-Maktoum, em um post no Twitter, descreveu-o como o sultão da honra, carinho e sabedoria.
Omã há muito tempo pratica uma versão para o Oriente Médio da neutralidade da Suíça em relação à diplomacia global, equilibrando os laços entre dois vastos vizinhos travados em uma luta regional, a Arábia Saudita a oeste e o Irã ao norte.
A morte do sultão ocorre em um momento de tensão na região entre o Irã e os Estados Unidos. Omã mantém laços de amizade com Washington e Teerã e ajudou a mediar conversas secretas entre EUA e Irã em 2013, que levaram, dois anos depois, ao pacto nuclear internacional que Washington abandonou em 2018.
O novo sultão atuou como ministro da herança e cultura nacional e foi nomeado em 2013 por Qaboos para presidir o comitê principal responsável pelo desenvolvimento de Omã. Ele assume o poder à medida que os desafios internos se acumulam, seja em relação às tensas finanças do Estado ou ao alto desemprego no país produtor de petróleo.