O rompimento acontece depois de o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, chamar a presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, de "golpista autoproclamada".
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores citou "a hostilidade permanente e os atritos constantes de Cuba contra o governo constitucional boliviano e seu processo democrático" como fatores que levaram à decisão.
O imbróglio entre os dois países começou em novembro, quando Parilla anunciou o fim da missão médica cubana na Bolívia. Segundo ele, o governo interino tratou mal os profissionais da ilha, e alegou que eles estariam instigando protestos.
Na época, o ministro de Relações Exteriores da Bolívia disse que "houve um grande número de denúncias sobre o envolvimento de cidadãos cubanos em atos agressivos, que atormentaram nosso país nos últimos dias".
O debate foi revivido nesta quarta (22) por Añez. Ela, que tem buscando se alinhar aos Estados Unidos, afirmou que o governo cubano retinha 80% do dinheiro que a Bolívia pagava aos médicos cubanos no país.
Ainda disse que um terço dos cubanos que vieram para a Bolívia como parte do programa de saúde não têm experiência na área.
Parrilla chamou os comentários de "mentiras vulgares" no Twitter. Ele acusou Añez de ter chegado ao poder por meio de um golpe de Estado.
Áñez assumiu o governo após a renúncia de Evo Morales, em novembro passado. O líder cocaleiro, que governou a Bolívia por 13 anos, saiu do país depois que uma auditoria da contagem pela Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou irregularidades naquela que seria sua quarta reeleição presidencial.
Morales nega que a contagem estivesse equivocada, e diz ter sido vítima de um golpe de Estado. Ele, que comemorou o aniversário de sua primeira eleição na quarta (22), em Buenos Aires -ele se refugiou na Argentina-, critica com frequência o governo interino boliviano no Twitter.