Milhares de pessoas têm prazo de 48 horas para abandonar a costa sudeste da Austrália, antes de uma nova onda de calor prevista para sábado (4) e que provocará o avanço dos incêndios no país. As chamas provocaram pelo menos oito mortes nos últimos dois dias e reduziram a cinzas centenas de hectares de florestas no primeiro dia do ano.
O corpo de bombeiros de Nova Gales do Sul pediu nesta quinta-feira (2) aos turistas que abandonem duas zonas costeiras de quase 300 quilômetros de comprimento, da cidade de Nowra, até o sul e o Estado de Victoria. As autoridades temem um cenário pior que o de terça-feira (31), o dia mais letal desde o início da temporada de incêndios em setembro.
Muitos turistas permaneceram isolados por duas noites, em áreas sem energia elétrica e comunicação, com poucas reservas de alimentos. As autoridades estabeleceram a segurança de algumas rodovias para garantir a retirada de todos.
Milhares de pessoas começaram a abandonar a área afetada e era possível observar uma longa fila de automóveis na estrada que segue até Sydney.
Ao menos 18 pessoas morreram desde o início da temporada de incêndios, em setembro. O número pode aumentar, pois as autoridades do Estado de Victoria afirmaram que 17 são consideradas desaparecidas no território.
Incêndio fora de controle
As autoridades não conseguiram entrar em contato com todos os moradores das regiões rurais mais isoladas. Mais de 400 casas foram destruídas nos últimos dias, número que deve aumentar à medida que os bombeiros consigam chegar às localidades mais remotas.
Barcos e aviões militares foram mobilizados para transportar ajuda humanitária e avaliar os danos nas zonas mais isoladas. Um navio da Marinha chegou nesta quinta-feira à cidade de Mallacoota, onde muitas pessoas se refugiaram durante horas na praia para escapar das chamas.