O líder do Movimento Cruzada Nacional, Paraguayo Cubas Colombes, teve seu mandato no Senado paraguaio cassado nesta quinta-feira (28) após um escândalo relacionado a vídeos seus divulgados nas redes sociais. Em uma das gravações, ele afirmou que queria matar cem mil brasileiros e levá-los para o "paredão", em referência a um pelotão de fuzilamento.
O Movimento Cruzada Nacional é de oposição ao governo de Mario Abdo Benitez. O senador, conhecido popularmente como "Payo" Cubas, afirma que é contra os movimentos de esquerda e de direita e quer uma nova "república" no Paraguai, adotando um discurso nacionalista e contrário à política tradicional no seu mandato.
A acusação formal que levou Cubas a perder o mandato foi de tráfico de influência, uma vez que ele trabalhou para barrar a promoção de uma policial em Ciudad del Este e utilizou o seu mandato para fazê-lo. Isso por que a policial investigou um episódio no qual ele atropelou uma colega sua e agrediu um outro soldado na cabeça. O senador já havia sido suspenso duas vezes, por dois meses, sem receber salários, por enfrentamentos com colegas no Congresso.
Nos últimos dias, vídeos divulgados nas redes sociais desencadearam um escândalo político no Paraguai. Em um deles, Cubas afirma que seria necessário matar "pelo menos 100 mil brasileiros bandidos". No país, que tem sete milhões de habitantes, vivem um milhão de pessoas de origem brasileira, principalmente agricultores e pecuaristas.
O presidente da associação dos produtores de soja do Paraguai, o brasileiro Eno Michels, manifestou a sua revolta com as falas de Cubas no Senado.
— Estamos indignados com a atitude deste senador, que incita a xenofobia contra os brasileiros. Viemos ao Paraguai convidados pelo governo — afirmou nesta quinta.
O presidente da União Industrial Paraguaia, Gustavo Volpe, afirmou que Cubas "passou de todos os limites aceitáveis".
— Não podemos ter representantes desta natureza, que buscam gerar um conflito com o Brasil — afirmou.
O senador do partido Patria Querida, que também era de oposição, mostrou os vídeos para fundamentar a expulsão. Além disso, Zavala somou às acusações os maus tratos físicos a policiais, coação, ameaça, dano ao patrimônio público, perturbação à ordem pública, incitação a cometer casos puníveis e apologia ao delito.
Payo Cubas não ficou até o final da sessão. Ele colocou, no Twitter, uma foto sua abandonando o Congresso com a legenda "saindo do obscuro parlamento rumo ao país que todos merecemos".