Os dois filhos reconhecidos por Evo Morales, Evaliz e Álvaro, aterrissaram em Buenos Aires na tarde deste sábado (23), depois de passar dias acolhidos na embaixada do México em La Paz, na Bolívia.
Reconhecidos porque o ex-presidente boliviano, que é solteiro, teve outras denúncias de ter sido pai de outras crianças, que até hoje não reconheceu. Tanto Evaliz como Álvaro apenas souberam quem era seu pai e o conheceram quando já estavam no final da infância.
A autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, concedeu um salvo-conduto para que ambos viajassem, dizendo que "os filhos não são culpados pelos crimes dos pais".
Ambos partiram na madrugada deste sábado (23) de La Paz, via Lima, e chegaram à capital argentina no meio da tarde. O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, havia oferecido asilo político ao próprio Morales, para depois de 10 de dezembro, quando assume a Presidência.
Morales respondeu que a proposta estava sendo estudada porque "da Argentina seria mais fácil voltar para a Bolívia". Agora, a chegada dos filhos pode ser um indício de que este possa ser o plano de Morales.
— Não perdi a esperança de voltar para a Bolívia a qualquer momento, se me aproximo por meio da Argentina, será ainda melhor — respondeu Morales numa entrevista realizada no México, durante a última semana.
Evaliz Morales, 25 anos, é advogada e fruto de uma relação de seu pai com Francisca Alvarado Pinto, uma ex-dirigente de um movimento político, o Ele Pachakuti. Morales apenas a reconheceu quando tinha sete anos de idade. Com o tempo, porém, foram se aproximando e o pai chegou a estimular que ela entrasse na polícia.
Já Álvaro Morales, 24 anos, é filho de Morales com a professora rural Marisol Peredo. Foi reconhecido apenas quando tinha 11 anos e, em 2009, deu uma entrevista à televisão boliviana em que pedia dinheiro ao pai, que já era presidente.
Morales, então, o ajudou, e Álvaro formou-se em engenharia. Desde então, Morales celebra as conquistas de seus filhos nas redes sociais, mas raramente é visto com eles, nem eles costumavam frequentar a residência oficial.