Colombianos de todas as classes participam em massa, na quarta-feira (27), de protestos que exigem uma mudança de rumo no governo do presidente Iván Duque, que enfrenta o sétimo dia de manifestações. Duas greves gerais registradas no período.
A adesão morna ao início do dia em Bogotá, o epicentro do protesto que eclodiu na última quinta-feira (21), precisamente com uma greve, deu lugar a grandes passeatas realizadas à tarde, lideradas por jovens. Sob vigilância policial, o transporte público e o comércio foram reduzidos, especialmente no centro da capital.
Em Cali e Medellín também houve concentrações, mas em menor adesão em relação a quinta-feira passada.
Em todos os lugares, os manifestantes ergueram faixas contra o governo ao som de panelas enquanto alguns usavam a bandeira como capa ou se vestiam de palhaços para denunciar o que consideram uma piada do Estado.
— Conquistamos uma força do povo que há muito não era vista na Colômbia. Tinha medo do desgaste do movimento após o primeiro dia, mas agora percebo que isso não aconteceu. As pessoas continuam indo às ruas e continuaremos saindo — disse Manuela Salazar, 22 anos, estudante de psicologia.
Embora tenham sido pacíficos e alegres, os protestos deixaram ao menos três mortos e cerca de 500 feridos entre civis, policiais e militares. Além disso 184 pessoas foram detidas e 60 venezuelanos foram expulsos por "vandalismo", segundo um relatório da polícia.