O presidente Jair Bolsonaro repudiou nesta quarta-feira (13) a invasão da embaixada da Venezuela em Brasília. Cerca de 20 apoiadores de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela, entraram no local na manhã desta quarta.
"Diante dos eventos ocorridos na Embaixada da Venezuela, repudiamos a interferência de atores externos. Estamos tomando as medidas necessárias para resguardar a ordem pública e evitar atos de violência, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", escreveu o presidente no Twitter.
A Polícia Militar foi acionada, mas não retirou as pessoas da representação diplomática — como se trata de território estrangeiro, ela não poderia atuar dentro do local.
Alguns relatos dão conta de que o grupo pulou o muro e ocupou as instalações. Os apoiadores de Guaidó, contudo, negam que tenham invadido o local e dizem que entraram pacificamente, com autorização de funcionários que teriam "desertado" e aberto os portões.
O encarregado de negócios do país no Brasil, Freddy Meregote, disparou áudios para parlamentares e lideranças de movimentos sociais para que saíssem em seu socorro.
"Companheiros, informo que pessoas estranhas às nossas instalações estão entrando (na embaixada), estão violentando o território venezuelano. Necessitamos ajuda e uma ativação imediata de todos os movimentos sociais e partidos políticos", afirmou Meregote em sua mensagem.
O encarregado de negócios nega que funcionários da própria embaixada tenham permitido a entrada do grupo por não reconhecerem o governo de Nicolás Maduro. "Todos os funcionários da embaixada reconhecem Maduro como presidente legítimo da Venezuela. Não houve isso", afirmou.
Em comunicado, a advogada María Teresa Belandria Expósito, indicada por Guaidó como embaixadora do Brasil e reconhecida pelo presidente Jair Bolsonaro, diz que "um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela no Brasil se comunicou conosco para nos informar que reconhecem o presidente Juan Guaidó". Eles teriam então aberto as portas para entregar "voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente reconhecida no Brasil".
O encarregado de negócios indicado por Maduro diz que famílias com crianças estão dentro das instalações, sendo "assediadas" pelos manifestantes. Já a advogada afirma que os funcionários estão sendo apenas convidados para "incorporar-se ao trabalho da embaixada", com todos os "direitos trabalhistas garantidos".
A Venezuela não tem embaixador no Brasil desde 2016, quando Nicolás Maduro chamou o então representante de seu governo em Brasília de volta a Caracas em protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff. Neste ano, o governo Bolsonaro reconheceu Guaidó como presidente venezuelano.