O primeiro-ministro Boris Johnson submete neste sábado (19) o novo acordo do Brexit ao parlamento britânico. A proposta pode ser rejeitada, o que agravaria o caos e a crise, ou simplesmente ser adiada novamente.
Este acordo é "uma nova via adiante" para o Reino Unido e a União Europeia, afirmou Johnson aos deputados, convocados para a primeira sessão extraordinária em um sábado desde a guerra das Malvinas, em 1982.
Ao destacar que a política britânica está paralisada por esta "única questão que a Câmara parece incapaz de resolver", Johnson afirmou que qualquer novo adiamento do Brexit seria "inútil, caro e destrutivo".
Entre as emendas aceitas para debate e votação está uma, apresentada pelo ex-ministro conservador Oliver Letwin, que pede mais tempo para ratificar o texto, o que forçaria o governo a solicitar um novo adiamento da data de saída, atualmente programada para 31 de outubro.
Depois de retornar de Bruxelas, onde anunciou na quinta-feira (17) ter alcançado um "excelente novo acordo", Johnson passou 24 horas tentando convencer os legisladores indecisos sobre o mérito de apoiar sua iniciativa.
Ele tenta de todas as maneiras evitar os passos de sua antecessora, Theresa May, que depois de concluir, há quase um ano, um longo e complexo texto arduamente negociado viu seu acordo ser rejeitado três vezes pelo Parlamento, o que provocou sua renúncia.
A missão não é fácil para Johnson. Em setembro, ele perdeu a maioria parlamentar após a rebelião de 21 deputados conservadores, de modo que já não conta mais com o apoio dos 10 parlamentares do partido unionista norte-irlandês DUP, um aliado fundamental, que já anunciou que votará contra o acordo.