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Equador transfere sede do governo devido a protestos

Presidente Lenín Moreno começou a governar a partir de Guaiaquil depois de deixar Quito na segunda-feira

AFP

Ecuador's Presidency press office / AFP
Ao centro, presidente do Equador, Lenín Moreno, em pronunciamento nesta segunda-feira

O presidente do Equador, Lenín Moreno, começou a governar a partir de Guayaquil depois de deixar Quito na segunda-feira (7) devido a protestos perto do Palácio Carondelet. 

Antes da chegada na capital de milhares de indígenas que rejeitam o fim dos subsídios decretado pelo governo e o consequente aumento do preço dos combustíveis, Moreno decidiu mudar a sede do governo protegido no estado de exceção imposto na quinta-feira.

Apoiado pelo alto comando militar, Moreno anunciou a mudança temporária de seu cargo em uma mensagem para a nação. Ele também acusou Rafael Correa - seu ex-aliado - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de quererem desestabilizar o seu governo.

Pouco antes da meia-noite, intensificaram-se os confrontos da polícia com os manifestantes em torno do palácio presidencial. De acordo com o Congresso, houve uma tentativa de invasão da sede da Assembleia Legislativa, em Quito.

Em 18 das 24 províncias equatorianas houve barreiras durante o dia, de acordo com o Serviço de Segurança Integrado ECU.

 Os protestos deixaram até o momento um civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de segurança) e 477 detidos (a maioria por vandalismo), de acordo com as autoridades. 

Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo em eliminar os subsídios, anunciada na última quinta-feira, que atende a um acordo assinado com o FMI para a concessão de um empréstimo de 4,2 bilhões.

A medida gerou aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de diesel passou de 1,03 para 2,30 dólares e o da gasolina comum de 1,85 para 2,40 dólares.

Por conta dos tumultos, Moreno decretou o estado de exceção, que além de mobilizar as Forças Armadas, lhe confere poderes para restringir direitos como o da livre mobilidade e impor censura prévia à imprensa.

RODRIGO BUENDIA / AFP
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