O presidente argentino Mauricio Macri anunciou, nesta quinta-feira (15), mais medidas econômicas para melhorar a sua popularidade após a derrota para o kirchnerista Alberto Fernández, nas eleições primárias que aconteceram no domingo (11). Desta vez, o imposto sobre vendas (IVA) do pão, do leite e de outros alimentos básicos será eliminado.
Outros produtos alimentícios que que vão ter o tributo sobre o consumo zerado até dezembro são o óleo de girassol, o açúcar, as massas secas, o arroz, a farinha de trigo, a polenta, a erva mate (de infusão), as conservas, o iogurte e os ovos, explicou em entrevista coletiva o ministro de Produção, Dante Sica.
O objetivo é controlar os aumentos de preços que virão com a desvalorização do peso. Até julho, a Argentina acumula inflação de 25,1%, uma das mais altas do mundo. Sica esclareceu que a medida não implicará em uma redução automática dos preços e anunciou que a pasta vai controlar os valores dos produtos.
A redução do IVA sobre a comida é um pleito histórico da central sindical CGT, dos movimentos sociais e dos partidos de centro e de esquerda. Até então, Macri classificava este tipo de demandas como "populismo e demagogia", especialmente ao se referir ao seu principal rival na corrida presidencial, o kirchnerista Alberto Fernández.
— Isto não é demagogia, nem (medida) eleitoreira — disse Sica.
Macri lançou, nesta semana, um pacote de medidas para aliviar a classe média, atingida pela crise econômica, que inclui bônus salariais e redução no imposto de renda.