No final de 2018, o mundo tinha 70,8 milhões de pessoas deslocadas em consequência de guerras ou perseguições. Os números são da relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), divulgado nesta quarta-feira (19).
De acordo com a ONU, o número total de "desarraigados" no mundo — incluindo os refugiados (25,9 milhões), os deslocados internos (41,3 milhões) e os demandantes de asilo (3,5 milhões) — registrou alta de 2,3 milhões na comparação com 2017.
O ano de 2018 foi marcado pelo forte aumento do deslocamento interno na Etiópia e por um aumento nos pedidos de asilo apresentados por pessoas que fogem da grave crise política e econômica da Venezuela.
O conflito na Síria ainda continua provocando um grande número de refugiados e deslocados. E a violência na Nigéria também foi uma fonte importante de deslocamentos.
Números do relatório
O número de pessoas deslocadas e de refugiados no mundo voltou a aumentar a partir de 2009, com um forte avanço entre 2012 e 2015 devido à guerra na Síria. Colômbia e Síria são os países com o maior número de deslocados internos.
No caso dos refugiados, 5,5 milhões são palestinos, que estão sob responsabilidade de uma agência específica da ONU. Entre os demais, a maioria procede de cinco países: Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália.
Os sírios — mais de 500 mil — também foram os que apresentaram a maior quantidade de solicitações de asilo ano passado, a maioria na Turquia. Em seguida aparecem os venezuelanos com 341.800 demandas, a maioria na Colômbia e Peru.
Estados Unidos, Peru, Alemanha, França e Turquia foram os países que receberam mais pedidos de asilo no ano passado. Pelo quarto ano consecutivo a Turquia foi o país que recebeu a maior população de refugiados (3,7 milhões), seguido por Paquistão, Uganda, Sudão e Alemanha.