A Justiça de Caracas decretou nesta quinta-feira (2) a prisão do oposicionista Leopoldo López, que está na embaixada da Espanha na Venezuela. A informação foi dada pelo Tribunal Supremo de Justiça do país. O líder opositor cumpria pena em casa desde 2017, condenado por incitação à violência. Mas, agora, se detido novamente, deve perder o direito à prisão domiciliar.
"O tribunal, em sua decisão, entrega um mandado de prisão ao Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin) contra o cidadão Leopoldo López", afirma o TSJ em um comunicado.
A decisão foi expedida pelo Quinto Tribunal de Execução de Primeira Instância do Circuito Judicial Penal da Área Metropolitana de Caracas. Conforme o texto, Lopez deve voltar a cumprir pena de 13 anos de detenção, dos quais já havia completado pouco mais de cinco anos, por violar os termos de sua condição como preso. Entre as acusações, está desrespeitar condição relativa a pronunciamentos políticos.
Após a rebelião de um grupo de militares que liderou ao lado de Juan Guaidó – presidente do Parlamento reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por quase 50 países –, López seguiu com a esposa e um de seus três filhos para a embaixada da Espanha em Caracas, informou o chanceler chileno, Roberto Ampuero. Antes, a família havia buscado refúgio na embaixada do Chile.
López foi libertado da prisão domiciliar por militares rebeldes na terça-feira e acompanhou Guaidó quando ele anunciou o início da rebelião na base aérea de La Carlota.
O opositor cumpria desde 2014 uma pena por "incitação à violência" nos protestos que convocou naquele ano contra Maduro e que deixaram 43 mortos. Em 2017, ele ganhou o direito de ficar em prisão domiciliar.
López é apontado como mentor de Guaidó e considerado forte candidato a assumir a Presidência da Venezuela caso Maduro deixe o poder e sejam convocadas novas eleições.