Os sindicatos reunidos pela Central Argentina de Trabalhadores (CTA) anunciaram uma greve geral para o próximo dia 30. Segundo os líderes sindicais Hugo Moyano, Hugo Yasky e Pablo Micheli, se a decisão for mantida, a paralisação pode afetar os transportes terrestres e aéreos, a coleta de lixo, a distribuição de vários produtos, entre outros.
Quem tem viagem marcada para esse dia para o país deve ficar atento e consultar as empresas aéreas.
A greve é contra as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri que não conseguiram, até agora, a poucos meses do fim de seu mandato, baixar a inflação e melhorar os índices macroeconômicos do país.
Enquanto isso, na Casa Rosada, desde o começo da semana, Macri vem se reunindo com ministros e secretários para estudar um pacote a ser anunciado nos próximos dias.
A ideia é conter os descontentamentos causados pelos aumentos da inflação e das cifras da pobreza, com vistas às eleições presidenciais e legislativas de outubro. Macri tentará se reeleger.
Entre as estratégias está o retorno de alguns dos planos de assistência que existiam durante o kirchnerismo (2003-2015), como o dos Preços Cuidados (lista de alimentos que não podem sofrer aumentos), e compensações a trabalhadores sindicalizados. O governo espera deter a greve com essas medidas, mas Moyano já descartou essa possibilidade.
Um dos principais elementos do pacote é um mecanismo de compensação salarial, com um aumento de 3% em maio, mais um bônus único de 2 mil pesos, e um aumento de 13% num bônus que já existe, o de "presentismo", ou seja, para os trabalhadores que não faltam.
Já com relação à população em geral, o plano é reativar o consumo, que vem caindo por conta da alta inflação e da dificuldade que muitos estão tendo de acompanhar os aumentos de tarifas de gás, água, eletricidade e transporte.
Uma das estratégias será congelar os preços de um determinado grupo de alimentos que compõem a cesta básica, entre eles carne, leite, massas, arroz e outros produtos.
A Anses (sistema de previdência) lançará um plano de descontos em compras em supermercados para os mais de 15 milhões de argentinos que recebem algum tipo de assistência social.
Também via Anses será disponibilizada uma linha de crédito, com o máximo de até 200 mil pesos por beneficiário que justifique estar precisando do dinheiro para gastos fundamentais. Os detalhes do plano serão anunciados de uma só vez, na semana que vem.
Tudo isso representará mais gastos por parte do governo, que tem metas muito restritas de corte de gastos para continuar garantindo a linha de crédito acordada com o Fundo Monetário Internacional (FMI).