Subiu para sete o número de mortos em conflitos nas zonas de fronteira da Venezuela. Jorge Javier Gonzalez Parra, de 40 anos, morreu neste domingo (3), no Hospital Geral de Roraima, onde estava internado com um quadro grave de traumatismo craniencefálico.
Segundo a Secretaria de Saúde de Roraima, Parra morreu após um choque neurogênico, que ocorre quando existe uma falha de comunicação entre o cérebro e o corpo, fazendo com que os vasos sanguíneos percam o seu tônus e dilatem, dificultando a circulação do sangue pelo corpo e de prejudicando o funcionamento dos órgãos.
Ele é o terceiro indígena venezuelano morto nos confrontos de 22 e 23 de fevereiro, quando civis tentaram manter aberta a fronteira da Venezuela, impedindo o bloqueio militar para a entrada de ajuda humanitária no país. Rolando García, 52 anos, e Kliver Alfredo Perez Rivero, 24, ambos do grupo indígena pemón, também morreram após o serem atingidos por militares de Nicolás Maduro.
Uma mulher venezuelana e outras três pessoas também morreram devido a ferimentos, após serem atendidos em um hospital da cidade fronteiriça de Santa Helena, na Venezuela, segundo funcionários de saúde do país
AINDA HÁ FERIDOS
Ainda há cerca de 20 feridos internados no hospital de Boa Vista, que cruzaram de ambulância a fronteira para receber atendimento no Brasil diante da escassez de remédios e material sanitário que atinge o país.
Foram pelo menos 50 pessoas atingidas por disparos em confrontos envolvendo civis e militares venezuelanos nas cidades próximas à fronteira com o Brasil e também em cidades adjacentes à Colômbia, onde a fronteira também estava fechada, de acordo com a ONG venezuelana Foro Penal. O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos estima que 300 pessoas ficaram feridas.
O fechamento da fronteira com o Brasil foi ordenado por Maduro na noite do dia 21 de fevereiro. Ele rejeitou a ajuda internacional por considerá-la um pretexto para uma invasão militar da Venezuela, liderada pelos Estados Unidos.