O número de mortos na passagem do ciclone Idai na semana passada por Moçambique e Zimbábue, no continente africano, superou neste sábado (23) a barreira de 600. A Organização das Nações Unidas (ONU) pede ajuda para os sobreviventes.
O ciclone Idai, que devastou os dois países, deixou 676 mortos e afetou centenas de milhares de pessoas, que perderam suas casas ou plantações. O fenômeno atingiu a costa do centro de Moçambique na manhã de 15 de março, o que provocou fortes ventos e chuvas que inundaram o interior do país e o leste de Zimbábue, deixando um rastro de destruição.
A ONU pediu mais ajuda para Moçambique, enquanto as agências de assistência humanitária lutam para ajudar dezenas de milhares de pessoas.
"Desastre sem precedentes"
O ministro de Meio Ambiente moçambicano, Celso Correia, afirmou neste sábado que a região afetada pelo desastre alcança uma superfície de 3 mil quilômetros quadrados e anunciou um balanço atualizado.
— Até o momento temos 417 mortos e 1.528 feridos. É um desastre natural sem precedentes. A zona afetada (em Moçambique) é de 3.000 quilômetros quadrados — afirmou Celso Correia em Beira, a segunda maior cidade do país, parcialmente devastada na passagem do ciclone Idai.
O balanço anterior em Moçambique citava 293 mortos. Após a limpeza das grandes avenidas e do resgate de pessoas ainda retidas em áreas inundadas, a próxima etapa é levar água potável à região para evitar doenças, afirmou na sexta-feira a diretora do Unicef Henrietta Fore, que viajou a Moçambique para avaliar os danos.
Fore expressou preocupação com a "água parada e os mosquitos". Também citou os "corpos em decomposição, a falta de higiene e de instalações sanitárias".
As agências da ONU e as ONGs se esforçam para socorrer as pessoas desabrigadas e com fome, mas a distribuição de ajuda é caótica.
— A magnitude da situação vai muito além do que um país ou um governo podem fazer — declarou Gerry Bourke, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PAM).