Uma corte de Melbourne, no sul da Austrália, considerou culpado o cardeal George Pell, dirigente do Vaticano, por pedofilia. A decisão foi tomada após julgamento em dezembro, mas divulgada apenas nesta terça-feira (26) — noite de segunda (25) no Brasil.
O cardeal de 77 anos foi declarado culpado por ter abusado sexualmente de dois coroinhas de 12 e 13 anos na sacristia da Catedral de São Patrício, em Melbourne, na década de 1990, apontou a investigação.
A pena que será imposta a Pell ainda não foi decidida. Na quarta-feira (27), está prevista nova audiência. Os advogados do cardeal anunciaram a intenção de recorrer.
Pell deixou suas funções no Vaticano para se defender, mas sobre o papel continua aparecendo no comando da Secretaria de Economia da Santa Sé. Ou seja, como o número três do Vaticano.
O religioso havia negado as acusações. No primeiro julgamento sobre o caso, em setembro, o júri não havia chegado a um veredicto. Em dezembro, o cardeal foi declarado culpado em uma nova sessão, mas a corte de Melbourne adotou à época uma "ordem de supressão", que proibia veículos de comunicação de fazer qualquer menção ao caso, sob pena de ações legais.
Esse silêncio forçado foi imposto com o objetivo de proteger o júri de julgamento em que Pell deveria responder a outros supostos crimes. Mas a acusação decidiu abrir mão dele, autorizando aos veículos a anunciarem o veredicto.
Reunião no Vaticano sobre proteção a menores
O Vaticano encerrou no domingo (24) cúpula histórica sobre a luta contra a pedofilia. Um dia após o término da reunião, sociedade civil e congregações religiosas estão se organizando para garantir que a Igreja Católica realmente coloque em prática suas resoluções sobre o assunto.
O papa Francisco prometeu no domingo (24) uma "luta em todos os níveis" contra a pedofilia. Nesta segunda-feira (25), o Vaticano anunciou que uma reunião interministerial foi realizada pela manhã para debater a proteção a menores de idade.