Os Estados Unidos impulsionaram nesta segunda-feira (28) sanções contra a estatal petroleira venezuelana, PDVSA, aumentando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, não reconhecido pela oposição e por Washington, assim como por boa parte da comunidade internacional.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que as sanções impedem Maduro de desviar ativos da Venezuela até que o poder possa ser transferido a um governo de transição ou a um novo governo eleito democraticamente.
Mnuchin esclareceu no entanto que a filial da PDVSA nos Estados Unidos, a Citgo, poderá manter suas operações, desde que seus lucros sejam depositados em uma conta bloqueada nos Estados Unidos.
— Os Estados Unidos estão responsabilizando os autores da trágica queda da Venezuela — disse Mnuchin em coletiva de imprensa na Casa Branca.
O presidente americano Donald Trump reconheceu na semana passada ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, após o qual Maduro rompeu relações com Washington.
Guaidó, chefe do Parlamento de maioria opositora, se autoproclamou depois que o Legislativo declarou Maduro "usurpador" por iniciar em 10 de janeiro um segundo mandato que considera ilegítimo por ser resultado de eleições "fraudulentas".
— Fazemos um pedido a nossos aliados e sócios para que se unam aos Estados Unidos em reconhecer o presidente interino Guaidó e em impedir que Maduro possa acessar os fundos — disse Mnuchin.
O secretário do Tesouro enfatizou que essas sanções à PDVSA "ajudarão a evitar que Maduro desvie os ativos da Venezuela e os conserve para o povo da Venezuela".
Mnuchin disse que os Estados Unidos emitiram licenças temporárias para garantir que as refinarias de Estados Unidos, Caribe e Europa que dependem do petróleo venezuelano possam continuar comprando da PDVSA, mas disse que muitas já tinham tomado medidas para buscar outras fontes.
— O caminho para o alívio das sanções para a PDVSA é através da transferência expedita de seu controle ao presidente interino ou a um governo posterior, eleito democraticamente — afirmou Mnuchin.
Pouco antes, de Caracas, Guaidó anunciou que assumiu o controle dos ativos da Venezuela no exterior, para evitar que Maduro fique com todos os recursos em uma eventual saída do poder.