O presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou, em entrevista ao jornal dos Estados Unidos Washington Post, a possibilidade de o Brasil usar tropas para uma intervenção militar na Venezuela. Na quarta-feira (24), o vice-presidente Hamilton Mourão também descartou essa possibilidade.
— Nós não vamos colocar o Brasil em uma intervenção militar. Não temos um histórico de usar intervenções militares para resolver problemas — declarou Bolsonaro.
O artigo 4º da Constituição Federal, no seu inciso IV, afirma que um dos princípios que rege as relações internacionais do Brasil é o da "não-intervenção".
Quando questionado sobre a crise humanitária no país caribenho, Bolsonaro afirmou que o Brasil mantém a intenção de apoiar a mudança de regime na Venezuela.
— O Brasil recebeu e acomodou refugiados que chegaram ao nosso país vindos da Venezuela. Realocamos eles por todo o Brasil e os auxiliamos com a transição. Nós chegamos ao nosso limite, e sinalizamos claramente à ditadura de Maduro que o Brasil deseja mudar o regime atual na Venezuela — afirmou o presidente.
Na quarta, o Brasil considerou Juan Guaidó como chefe de Estado legítimo da Venezuela, depois que ele se autodeclarou presidente da nação.
Defesa da reforma da Previdência
Bolsonaro também admitiu que a reforma da Previdência é impopular, mas que "não temos alternativas" a não ser aprová-la no Congresso.
— Se não passar, vai causar um colapso econômico — comentou.
Questionado sobre sua opinião em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro afirmou que admira e sempre admirou o país e que simpatiza com o americano "porque ele quer tornar a América grande novamente".
— Até o momento, fiz cinco ou seis reuniões com autoridades importantes dos Estados Unidos, incluindo (o conselheiro de segurança nacional) John Bolton. Tenho planos de visitar os EUA em março — disse.