A Assembleia Nacional da Venezuela, equivalente ao Congresso Nacional do país, declarou neste sábado (5) que o novo mandato do presidente Nicolás Maduro é ilegítimo e que apenas o parlamento é a representação legítima do povo.
O novo governo terá início na próxima quinta-feira. Segundo o Parlamento, a partir deste dia a presidência será usurpada.
— Reafirmamos a ilegitimidade de Nicolás Maduro (...). A partir de 10 de janeiro estará usurpando a Presidência e, consequentemente, esta Assembleia Nacional é a única representação legítima do povo — disse o novo presidente do Legislativo, Juan Guaidó, após tomar posse do cargo.
Para Guaidó, a cadeia de comando das Forças Armadas foi "quebrada ou usurpada". Diante da ampla bancada da oposição e de representantes do corpo diplomático, Guaidó também se comprometeu a "gerar as condições para um governo de transição e convocar eleições livres".
— A presidência não está desocupada, está sendo usurpada (...), estamos na ditadura", afirmou o deputado, que é do partido Voluntad Popular, de Leopoldo López, em prisão domiciliar.
A declaração de ilegitimidade acontece um dia depois de o Grupo de Lima, reunião de países das Américas da qual o Brasil faz parte, ter pedido a Maduro que se abstivesse de assumir o novo mandato e transferir o poder para o Parlamento enquanto realizava "eleições democráticas".
O líder socialista, diante de uma grave crise econômica, assumirá para o período 2019-2025 após ser reeleito em 20 de maio em eleições boicotadas pela oposição e não reconhecidas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países latino-americanos.