Fugitivo desde dezembro de 2018, o italiano Cesare Battisti foi preso por volta das 16h deste sábado (12) em Santa Cruz de La Sierra, no interior da Bolívia. Segundo informações apuradas pelo Corriere della Sera, Battisti tinha uma barba falsa e portava um documento brasileiro com o seu nome. Ele ainda usava um par de óculos para se disfarçar. Fontes da Polícia Federal no Brasil também confirmaram a prisão ao Estadão.
O fugitivo estava foragido desde o último dia 14 de dezembro, quando o então presidente Michel Temer assinou sua extradição.
A prisão de Battisti foi decretada pelo ministro Luiz Fux no dia 13 de dezembro do ano passado. Ele foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos 1970. Ele nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política.
Citando fontes do governo italiano, o jornal "La Repubblica" afirma que ainda não está claro se, antes de voltar para a Itália, ele passará pelo Brasil. Fontes não identificadas do Ministério do Interior italiano disseram ao periódico que não descartam que ele volte para a Itália entre este domingo (12) e segunda (13).
Battisti fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.
Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
No passado, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti, e no mês passado a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição.