O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20), horas após sua aposentadoria ter sido informada em um tuíte pelo presidente Donald Trump e um dia depois de o chefe de Estado anunciar a retirada das tropas americanas da Síria.
"Acredito que o correto para mim seja renunciar ao meu cargo porque você tem direito de ter um Secretário de Defesa cujos pontos de vista estejam mais bem alinhados aos seus", escreveu Mattis em uma carta endereçada a Trump.
Momentos antes de o Pentágono publicar a carta de Mattis, o presidente americano havia anunciado, pelo Twitter, que seu secretário de Defesa se aposentaria "com distinção, ao final de fevereiro".
"Durante o mandato de Jim, foram obtidos avanços tremendos, especialmente com relação à compra de novos equipamentos de combate", destacou Trump.
"O general Mattis foi de grande ajuda para conseguir aliados e para que os outros países paguem sua parte nas obrigações militares. Um novo secretário da Defesa será nomeado logo. Agradeço muito a Jim por seu serviço!", acrescentou.
A saída de Mattis não é uma surpresa total para os observadores de Washington.
Sobretudo nos últimos tempos, Trump tem seguido seus próprios instintos, ignorando os conselhos de Mattis.
A decisão de Trump de retirar os cerca de 2.000 soldados americanos da Síria foi uma reprimenda a Mattis, que havia advertido que uma saída antecipada do país seria um erro estratégico.
Ambos já tinham se enfrentado em muitos temas, inclusive no acordo nuclear com o Irã, do qual Trump se retirou em maio, enquanto Mattis defendeu algumas partes deste pacto.
O chefe do Pentágono também era contra a criação de um nova ramificação separada do Exército americano, denominada Força Espacial, mas Trump a ordenou de qualquer forma.
A maior mobilização ativada por Mattis até o momento foi na fronteira dos Estados Unidos com o México. Mas a missão perdeu a utilidade militar e foi tachada de truque político por seus críticos.
* AFP