O serviço de internet para celulares teve início nesta quinta-feira (6), em Cuba, em meio a uma expectativa generalizada quanto a seu funcionamento e com a esperança de que os altos preços caiam com sua proliferação.
Segundo o previsto pelas autoridades, o serviço começou a funcionar às 8h (11h em Brasília). Os clientes do monopólio estatal Etecsa, cujos números começam por 52 e 53, tentam se conectar - pelo menos os que podem pagar as altas tarifas.
O serviço será instalado gradualmente em três dias, ao custo de 10 centavos de dólar por megabyte (MB), ou por meio de pacotes mensais de 600 MB por US$ 7; 1 gigabayte (GB) a US$ 10; 2,5 GB por US$ 20; e 4 GB por US$ 30.
O salário médio em Cuba é equivalente a US$ 30. Para os economistas, é inexplicável que existam, em Cuba, 5,3 milhões de linhas de telefonia móvel, apesar de seus altos custos, em uma população de 11,2 milhões de habitantes.
Também funcionam 1,2 mil locais com conexão de internet Wi-Fi e 670 salas de navegação, onde os cubanos se conectam por US$ 1 a hora.
– A opção é boa. O que faz falta é que a Etecsa realmente tenha as capacidades técnicas para oferecer o serviço com estabilidade, não o que aconteceu com os testes feitos um tempo atrás, que monopolizaram os servidores – disse Enrique Rivero, um engenheiro de Computação.
A implantação se dá após vários testes em nível nacional, que não tiveram resultados satisfatórios e acabaram sendo tema dos principais espaços de humor na televisão cubana.
Ainda assim, é um acontecimento nacional divulgado por todos os veículos da imprensa e celebrado pelo próprio presidente Miguel Díaz-Canel, em sua conta no Twitter.
– Continuamos avançando na informatização da sociedade – disse o presidente.
Rivero acredita que é uma boa opção, se a Etecsa "tiver a capacidade técnica e puder manter o serviço com um preço que possa ir diminuindo razoavelmente, porque nosso serviço de Internet realmente talvez seja um dos mais caros do mundo".
Mais de dois milhões de cubanos vivem em outros países, e a Internet é a melhor maneira de comunicação com seus familiares na ilha.
No fim de 2016, Cuba assinou um acordo com a Google para obter uma conexão mais rápida ao conteúdo da gigante americana.
O acesso à internet não melhorou na ilha desde então: continua limitado, lento e caro. A maioria dos residentes não tem outra solução a não ser se conectar a pontos de Wi-Fi públicos, pagando por hora.