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A nova rodada de sanções dos Estados Unidos contra o Irã começará a valer a partir desta segunda-feira (5). As medidas haviam sido suspensas após a assinatura do acordo nuclear com Teerã em 2015, pacto do qual os EUA se retiraram em maio. As restrições atingirão os setores de energia, navegação, construção naval e financeiro. "Esse será o regime de sanções mais duro já imposto ao Irã", informou a Casa Branca em comunicado.
Após o anúncio oficial, o presidente Donald Trump compartilhou em sua conta no Twitter uma imagem com a frase "Sanções estão chegando", estilizada de forma semelhante ao bordão "Winter is coming" ("o inverno está chegando"), da série de TV Game of Thrones.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou, no entanto, que os EUA vão permitir que oito países continuem importando petróleo iraniano, de forma temporária, após a reimposição das sanções. A lista completa de exceções será divulgada hoje. A concessão foi feita porque as nações em questão aceitaram reduzir a quantidade de petróleo importado de Teerã. Os EUA têm tentado forçar boicote mundial ao combustível fóssil iraniano.
Cerca de 700 pessoas, entidades, embarcações e aeronaves estão inclusas na nova rodada de sanções, inclusive bancos iranianos, exportadores de petróleo e empresas de navegação. Transações com o banco central e instituições financeiras de Teerã também são alvo. Alimentos, produtos agrícolas, remédios e equipamentos médicos ficaram de fora da lista e continuarão a ser vendidos para o país.
França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia (UE) condenaram a decisão americana e prometeram proteger as empresas europeias que fazem negócios "legítimos" com Teerã, anunciaram em comunicado conjunto. O governo dos EUA diz que a reimposição das medidas vai "cortar receitas que o regime usa para financiar grupos terroristas.
A primeira rodada de sanções contra o Irã passou a valer em agosto, quando foram vetadas transações comerciais com o país envolvendo dólar americano e rial (moeda iraniana), ouro e outros materiais preciosos. Um mês antes, o presidente iraniano, Hasan Rowhani, havia afirmado que Washington não deveria "brincar com fogo".
Hoje (4), milhares de iranianos foram às ruas de Teerã protestar contra as sanções, aproveitando a data que lembra a tomada da embaixada dos EUA durante a Revolução Islâmica de 1979. Bandeiras americanas foram queimadas e cartazes zombando de Trump eram exibidos.