A Arábia Saudita autorizou que os serviços de segurança turcos façam buscas em seu consulado em Istambul no âmbito de uma investigação sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, informou nesta terça-feira (9) o ministério das Relações Exteriores turco.
— As autoridades sauditas disseram que estavam dispostas a cooperar e que podia revistar o consulado — informou o porta-voz do ministério turco das Relações Exteriores em comunicado.
Jamal Khashoggi, crítico com o governo da Arábia Saudita e que colaborava, entre outros veículos, com o The Washington Post, havia comparecido ao consulado para realizar trâmites administrativos.
Autoridades turcas afirmaram na noite de sábado (6) que, segundo os primeiros resultados da investigação, Khashoggi foi assassinado dentro do consulado. Segundo a Arábia Saudita, essas acusações "não têm fundamento".
Em entrevista nesta sexta-feira (5) à agência Bloomberg, o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman afirmou que Jamal Khashoggi "entrou" efetivamente no consulado, mas pouco depois saiu da sede diplomática. O príncipe permitiu que as autoridades turcas revistem o consulado.
O jornal com o qual o jornalista colaborava, The Washington Post, pediu aos Estados Unidos, no editorial do último domingo (7), para "exigir respostas fortes e claras" da Arábia Saudita.