O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, declarou nesta sexta-feira (14) que não se deve descartar "uma intervenção militar" na Venezuela para "derrubar" o governo de Nicolás Maduro, que responsabiliza pela crise humanitária e migratória dos venezuelanos.
— Sobre a intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro, acredito que não devemos descartar qualquer opção — disse Almagro em entrevista coletiva na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela.
O chefe da OEA, cuja atitude Maduro tem qualificado de "ingerencista", justificou sua declaração diante das "violações dos direitos humanos e dos crimes contra a humanidade" cometidos pelo governo venezuelano contra seu povo.
— O sofrimento do povo, o êxodo induzido que está promovendo torna as ações diplomáticas prioritárias, mas não devemos descartar qualquer opção.
Almagro acusou o governo chavista de reprimir seu povo de uma forma diferente das "demais ditaduras" que já existiram na América.
— Neste caso é a miséria, a fome, a falta de medicamentos, como instrumentos repressivos para impor a vontade política ao povo, e isto é inadmissível.
Almagro visitou, nesta sexta-feira, abrigos e refeitórios comunitários disponibilizados pela Colômbia para os milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da profunda crise em seu país.
"Temos de recuperar a democracia na #Venezuela para que todos os imigrantes venezuelanos possam voltar ao seu país e também recuperem sua liberdade e bem-estar", escreveu Almagro no Twitter de Cúcuta.
A crise migratória "se resolve com vocês de volta a Venezuela, livres e capazes de seguir seu futuro, capazes de trabalhar por seu futuro", disse o secretário-geral após ouvir testemunhos dos imigrantes.
Segundo a ONU, cerca de 2,3 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2014, atingida por uma profunda crise econômica. A Colômbia recebeu mais de 1 milhão, e regularizou 820 mil pessoas.
Os venezuelanos pediram a Almagro que ele trabalhe pela "liberdade" de seu país e para que o presidente Nicolás Maduro deixe o poder.