Cerca de 300 neonazistas se manifestaram neste sábado (25) em Estocolmo, na Suécia, sob as vaias de contramanifestantes e líderes políticos, que exigem a proibição de seu movimento.
Sob o estrito controle dos serviços de segurança, militantes do Movimento de Resistência Nórdico (MRN) se concentraram ao meio-dia em uma praça da capital, perto do Palácio de Justiça. Nas extremidades da praça, centenas de opositores, mantidos a distância pelas forças de segurança, tentaram abafar os discursos dos manifestantes gritando slogans ou batendo nas barreiras de metal dispostas a separá-los.
Entre eles estava a ministra sueca da Cultura, Alice Bah Kuhnke, filha de pai gambiano e mãe sueca, que explicou que deseha estar "onde os nazistas estão".
— Minha presença é uma (forma de) resistência — declarou a líder ambientalista, que chegou com Hedi Frid, uma escritora e psicóloga de origem romena sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, que ensina sobre o Holocausto nas escolas em todo o país escandinavo.
A manifestação foi dispersa no final da tarde sem incidentes, de acordo com jornalistas no local. O primeiro-ministro sueco, o social-democrata Stefan Löfven, declarou estar determinado a "proibir organizações nazistas".
— A democracia tem o direito de se proteger das forças prontas a recorrer à violência para destruá-la — escreveu ele em sua conta no Facebook.
Apesar de minoritário, este grupo neonazista tornou-se mais ruidoso em espaços públicos e redes sociais, beneficiando-se da legislação sueca sobre a liberdade de expressão e de manifestação. O grupo defende uma doutrina abertamente racista e antissemita e visa substituir as democracias nórdicas por um "Estado nazista".
Pela primeira vez em sua história, o grupo apresentará uma lista de 24 candidatos às eleições legislativas de 9 de setembro, mas sem qualquer chances de vitória. Um destes candidatos está sob investigação policial por ter exibido em 20 de abril de 2018, aniversário de Adolf Hitler, um cartaz em memória ao líder nazista.