Milhares de dominicanos protestaram neste domingo, na capital do país, contra a corrupção estatal e a impunidade, em uma manifestação que chamaram de "marcha do milhão" e terminou em frente à sede do Congresso Nacional.
Os manifestantes saíram em passeata pela cidade pedindo "julgamento e prisão para os corruptos" de diferentes órgãos do governo. O protesto foi organizado pelo movimento Marcha Verde, que, desde 2017 (após o escândalo de subornos envolvendo a construtora brasileira Odebrecht), pede o fim da corrupção e impunidade.
"Temos 1 milhão de razões para continuar marchando, para persistir na luta para vencer o regime de corrupção e impunidade que se impôs na República Dominicana", disse a dirigente do movimento, María Teresa Cabrera.
"Realmente não há Justiça, porque as pessoas acusadas não são todos os envolvidos, faltam muitos, e a sociedade espera uma punição", declarou Augusto Márquez.
A manifestação foi apoiada por dirigentes dos opositores Partido Revolucionário Moderno e Aliança País, e terminou com a leitura de um manifesto no sul da cidade, onde estão as sedes de várias instituições públicas, entre elas o Congresso e a Suprema Corte.
No documento, o movimento Marcha Verde afirma que manterá sua luta "até que os congressistas, funcionários, ex-presidentes, empresários e demais responsáveis por gerenciar e se beneficiar dos contratos do Estado com a multinacional mafiosa Odebrecht e seus sócios locais sejam devidamente processados e condenados".
A audiência contra os acusados de terem recebido 92 milhões de dólares em subornos da Odebrecht foi adiada até o próximo dia 21 por um juiz da Suprema Corte.
A República Dominicana é o terceiro país onde a Odebrecht pagou o maior valor em subornos, segundo dados divulgados pela empresa. Apenas Brasil (com 349 milhões de dólares) e Venezuela (98 milhões) a superam.
* AFP