A hiperinflação na Venezuela foi de 24.571% nos últimos 12 meses e de 1.995,2% entre janeiro e maio deste ano, informou, nesta segunda-feira (11), o Parlamento do país, de maioria opositora.
O estudo, divulgado por deputados da Comissão de Finanças, aponta a taxa de inflação anualizada de maio de 2018 em relação a maio de 2017 de 24.571%. As últimas cifras econômicas divulgadas pelo governo são de 2015.
De acordo com o relatório, o índice de preços em maio passado aumentou 110,1%, sendo a primeira vez que supera a barreira de 100% em um mês, segundo o Legislativo. Em abril, a inflação foi de 80,1%.
— Estas cifras demonstram que não há retificação para frear a hiperinflação e que enquanto eles procuram se manter no poder, arruínam a vida dos venezuelanos — afirmou em coletiva de imprensa o deputado Rafael Guzmán, presidente da comissão de Finanças.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a hiperinflação superará 13.800% neste ano, enquanto os parlamentares estimaram que poderia ser pelo menos de 100.000% e alcançar até 300.000%.
Analistas atribuem a alta do custo de vida à escassez de divisas - monopolizadas pelo Estado - devido à queda da receita petroleira desde 2014 e à redução da produção, além do elevado gasto público com emissão de moedas sem respaldo.
O governo de Maduro atribui a inflação a uma "guerra econômica" promovida pelos Estados Unidos, a oposição e comerciantes locais, que especulariam com os preços.