O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) ampliou nesta quarta-feira (13) sua taxa básica de juros pela segunda vez no ano e prevê aumentos adicionais devido ao sólido ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos.
Ele também se mostrou mais otimista em suas previsões de crescimento, estimando um ritmo maior da inflação para 2018.
Após este aumento de um quarto de ponto (0,25) que era esperado pelos mercados, as taxas agora estão em uma faixa de 1,75% a 2%, indica um comunicado do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC).
Trata-se da sétima alta desde o fim da política monetária de taxa zero do fim de 2015 que tinha sido adotada para sustentar a reativação, logo após a crise financeira.
A decisão sugere que o custo do crédito para compra de carros, imóveis e outros empréstimos acordados por bancos e consumidores poderia aumentar em breve.
O FOMC prevê também outros dois ajustes até o fim do ano, um a mais que projetado até então, diante do ritmo inflacionário, levemente mais rápido que o esperado.
Em relação ao último comunicado divulgado em maio, o Fed está ainda mais otimista em relação à qualidade do crescimento, que passou de "moderada" a "sólida".
O banco central enfatiza que o consumo das famílias, o motor da maior economia do mundo, se acelerou e que os investimentos das empresas continuam a crescer "fortemente".
Em uma declaração curta, que não cita o enorme estímulo orçamentário acordado pelo governo do presidente Donald Trump, que impulsionou a atividade, nem a tensão comercial com os parceiros comerciais dos EUA, o Fed prevê uma "expansão contínua".
O presidente do Fed, Jerome Powell, anunciou ao fim da reunião do FOMC que suas coletivas de imprensa serão repetidas após cada reunião do FOMC para explicar as previsões e os critérios da agência em relação às taxas.
Powell também alertou que o medo sobre as tensões comerciais está crescendo nos círculos de negócios.
"Não vou comentar medidas específicas de comércio, (...) vou dizer que os temores sobre as mudanças na política comercial estão aumentando", disse Powell, ressaltando que essas preocupações foram referidas tanto pelos diretores de empresas, quanto pelos presidentes de representações regionais do banco central.
- Inflação em alta -
Depois de a inflação alcançar, nos últimos dois meses, a meta de 2% do Fed, o banco central reiterou que aceitará uma meta "simétrica" de inflação. Ou seja, que o aumento de preços supere este nível sem aplicar bruscamente um freio monetário.
O Fed continua classificando sua política monetária como "flexível".
A instituição agora prevê um crescimento de 2,8% em 2018, ou 0,1 ponto acima do estimado em março, mas continua antecipando um crescimento de 2,4% para o ano que vem.
Em relação à inflação, o banco central prevê uma aceleração para 2,1% neste ano, contra 1,9% estimado em março. A inflação deve permanecer nesse nível em 2019.
O banco central também está mais otimista em relação ao emprego, com uma taxa de desemprego de 3,6% neste ano (-0,2 ponto em relação à previsão anterior) e 3,5% em 2019 (-0,1 ponto).
* AFP