O ditador norte-coreano Kim Jong-un anunciou a suspensão dos testes nucleares e de mísseis em seu país, bem como o fechamento de instalações de testes atômicos, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap nesta sexta-feira (20) (horário de Brasília).
"A partir de 21 de abril, a Coréia do Norte interromperá os testes nucleares e os lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais", informou a Yonhap, citando a agência de notícias norte-coreana KCNA.
"O norte fechará instalações de testes nucleares no norte do país para demonstrar sua promessa de suspender testes nucleares", acrescentou a mesma fonte.
O anúncio ocorre pouco mais de um mês após o líder norte-coreano e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informarem que devem se reunir ainda neste ano para debater a desnuclearização.
O regime norte-coreano promoveu durante anos uma política de "desenvolvimento simultâneo" nos âmbitos militar e econômico, recordou Kim, afirmando que agora a Coreia do Norte é um Estado poderoso.
"O partido e toda a Nação deverão se concentrar agora no desenvolvimento da economia socialista. Esta é a nova política estratégica do partido", declarou Kim ao Comitê Central.
O presidente americano, Donald Trump, saudou o anúncio de Kim como "uma ótima notícia para a Coreia do Norte e para o mundo". "Grande progresso", tuitou.
A Coreia do Sul celebrou a decisão, qualificada de "avanço significativo" para a "' desnuclearização' da península coreana".
"Isto criará um entorno muito positivo para o sucesso das iminentes cúpulas entre as Coreias e com os Estados Unidos".
Mas o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, destacou que "não pode estar satisfeito" com uma declaração na qual Kim Jong Un não menciona "o abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance", que ameaçam o Japão.
Pyongyang obteve rápidos progressos tecnológicos em seus programas de armas nos últimos anos, provocando duras sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU, dos Estados Unidos, da União Europeia, de Coreia do Sul e de outros países.
No ano passado, o regime norte-coreano realizou seu sexto teste nuclear, o mais potente até a data, e lançou mísseis capazes de atingir o território americano.
O anúncio deste sábado, que os Estados Unidos aguardavam há tempo, é um passo crucial no rápido degelo diplomático que experimenta a península coreana.
A revelação chega menos de uma semana antes da cúpula entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na Zona Desmilitarizada que divide a península, e semanas antes do encontro entre o líder norte-coreano e o presidente americano, Donald Trump.