Especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) devem iniciar neste domingo (15), em Duma, na Síria, uma investigação sobre o suposto uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. Em resposta ao governo sírio, Estados Unidos, França e Reino Unido atacaram a Síria na madrugada de sábado (14).
— A missão de investigação chegou neste sábado (14) em Damasco e deve ir hoje à Duma para começar seu trabalho —, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Ayman Susan.
O regime sírio anunciou no sábado a reconquista de todas as áreas rebeldes da região de Ghuta Oriental, nas proximidades da capital Damasco, após a evacuação dos últimos combatentes rebeldes de Duma, onde teria acontecido o ataque químico em 7 abril.
— Vamos deixar a equipe fazer seu trabalho de forma profissional, objetiva, imparcial e sem qualquer pressão. Os resultados da investigação revelarão as acusações mentirosas —, afirmou o vice-ministro.
Nesse sábado (14), a OPAQ explicou que continuaria a investigar o suposto ataque químico em Duma, apesar dos bombardeios dos Estados Unidos, França e Reino Unido.
Washington e Paris afirmam ter evidências de que o regime sírio utilizou gás sarin e cloro no ataque químico em Duma. Mas a Síria, apoiada pela Rússia, nega essas acusações e acusa os rebeldes de "invenções".
Os últimos combatentes rebeldes de Duma, juntamente com os civis, foram evacuados no sábado para áreas do norte da Síria, como parte de um acordo de rendição assinado com o regime em 9 de abril, dois dias após o suposto ataque químico.
Em 2014, a OPAQ indicou que a Síria havia se desfeito de seu arsenal de armas químicas, mas uma missão conjunta com a ONU concluiu que Damasco tinha usado gás sarin em 2017 contra o vilarejo de Khan Sheikhun (noroeste), uma zona rebelde.