Um suposto ataque químico causou a morte de dezenas de sírios no sábado (7) em Douma, reduto controlado pelos rebeldes na Síria. Grupos médicos e de Organizações Não Governamentais (ONGs) culparam o governo pelo ataque no subúrbio a leste da capital, Damasco. Equipes de resgate relataram ter encontrado pelo menos 42 pessoas mortas em suas casas, possivelmente asfixiadas. O presidente Bashar al-Assad nega o ataque. As informações são do The New York Times.
Após o ataque, mais de 500 pessoas teriam procurado os centros médicos com sintomas indicativos de exposição a um agente químico, como dificuldades para respirar e ardor nos olhos. Uma pessoa morreu na chegada a uma clínica, seis outras morreram no local.
O ataque químico teria ocorrido após um dia de intenso bombardeio por parte das forças armadas sírias e seus aliados. O Ministério das Relações Exteriores britânico pediu uma investigação urgente, dizendo que se o uso de armas químicas se provasse verdadeiro, "é mais uma prova da brutalidade de Assad".
A imprensa estatal na Síria negou que as forças do governo tivessem usado armas químicas e acusou o grupo rebelde que controla Douma, o Exército do Islã, de fabricar os vídeos para solicitar apoio internacional à medida que a derrota se aproximava. O Ministério da Defesa da Rússia também negou que armas químicas tenham sido usadas. Como Douma está cercada pelo governo sírio, jornalistas, agentes humanitários e investigadores não tem acesso aos relatórios oficiais.
O Observatório da Síria, que não confirmou o uso de agentes químicos, disse que 42 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas, incluindo 11 que sufocaram nos porões de edifícios que desmoronaram sobre eles. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas no bombardeio e 70 tiveram problemas respiratórios, disse o grupo. O governo dos Estados Unidos informou que está trabalhando para verificar se armas químicas foram usadas.
Papa Francisco
— Chegam da Síria notícias terríveis, com dezenas de vítimas, muitas delas mulheres e crianças. Rezamos por todos os mortos, pelas famílias e pelos afetados — disse o papa Francisco momentos após celebrar uma missa na praça de São Pedro do Vaticano, neste domingo (8).
— Nada pode justificar isso — afirmou.
O Papa disse ainda que espera que políticos e militares encontrem um caminho de negociação.