Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira em Yerevan, capital da Armênia, contra o ex-presidente Serge Sarkissian, nomeado primeiro-ministro com poderes fortalecidos após uma votação no Parlamento.
Reunidos na Praça da República, no centro da cidade, a pedido do líder da oposição e membro do parlamento Nikol Pachinian, os manifestantes denunciaram a manutenção de Sarkisian no poder.
A candidatura de Sarkisian, de 63 anos, proposta pelo Partido Republicano, situação, foi apoiada por 77 deputados, contra 17.
Os manifestantes bloquearam o acesso a vários ministérios e ao Banco Banco Central, e prometeram organizar uma grande marcha durante a noite.
Serzh Sarkisian, que concluiu em março seu segundo e último mandato presidencial, retorna ao poder depois de uma reforma constitucional, em que o chefe de Estado exerce principalmente funções protocolares e o verdadeiro poder executivo está nas mãos do primeiro-ministro.
Pashinian declarou que "Sarkisian não tem legitimidade e despertou a ira dos armênios". "É o início de uma revolução pacífica de veludo e vamos paralisar todas as agências do governo".
"Sarkisian quer permanecer no poder eternamente", assegurou à AFP o líder do partido de oposição Herença, Raffi Hovannisyan.
"Não podemos permitir que a Armênia se torne um país autocrático onde a mesma pessoa permanece no poder por um período indefinido", declarou à AFP Karen Mirzoian, um estudante de 23 anos.
De manhã, numerosos manifestantes caminharam pelo centro da cidade e bloquearam o acesso ao ministério das Relações Exteriores, ao Serviço de Arrecadação e ao Banco Central, em pleno centro da capital armênia, agitada há cinco dias por protestos.
Segundo a polícia de Ereván, 14 pessoas foram detidas brevemente durante os protestos.
Também ocorreram manifestações nas cidades de Guiumri e Vanadzor, no norte do país.
* AFP